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Pesquisadores integram ranking de produtividade internacional

Por Diene Batista. Em 05/01/22 13:55. Atualizada em 05/01/22 14:16.

Adolfo Franco Júnior, Andris Bakuzis, Antônio Alonso e Ricardo Avelino Gomes figuram no levantamento

Texto: Diene Batista, agente de comunicação do IF/UFG
Foto: Mohamed Hassan - Pixabay

Quatro pesquisadores do Instituto de Física (IF) da Universidade Federal de Goiás (UFG) integram o AD Scientific Index 2021 (Alper-Doger Scientific Index), ranking de produtividade que se baseia na análise do desempenho científico e no valor agregado da produtividade científica. Ele é elaborado pela pela organização independente Latin America Top 10.000 Scientists. Os docentes Adolfo Franco Júnior, Andris Bakuzis, Antônio Alonso e Ricardo Avelino Gomes figuram no levantamento, ao lado de outros 60 pesquisadores da universidade.

Eles atuam tanto nos cursos de graduação (Bacharelado e Licenciatura em Física; Engenharia Física e Física Médica) e no Programa de Pós-Graduação em Física (PPGF) do instituto e ressaltam a representatividade do resultado para a universidade e para a unidade acadêmica (leia abaixo).

No levantamento, a UFG aparece na 27ª posição. Foram ranqueados quase um milhão de cientistas de 11.940 instituições pertencentes a 195 países, classificados em 11 regiões de interesse, incluindo o regiões do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e da América Latina. O Brasil ocupa a primeira posição entre os países latino-americanos, com cerca de 6.700 pesquisadores citados, seguido do México, com cerca de 1.100 e da Argentina com 700.

O Alper-Döğer Scientific Index leva as iniciais dos sobrenomes dos seus criadores, os professores Murat Alper, da Universidade de Ciências da Saúde (Sağlık Bilimleri Üniversitesi), localizada em Istambul, na Turquia; e Cihan Döğer, do Hospital de Ankara (Ankara Şehir Hastanesi), cidade considerada a capital cosmopolita do mesmo país.

O ranking utiliza o valor total, e também a média dos últimos cinco anos, do i10 index (número de publicações com ao menos dez citações); h-index (índice que relaciona o número de trabalhos publicados e suas citações), além dos escores de citação no Google Scholar. Trata-se do primeiro levantamento internacional a utilizar esse critério.

Veja o levantamento completo clicando aqui.

Ciência de qualidade
Pesquisador em Física da Matéria Condensada e Materiais, o professor Adolfo Franco Júnior frisa que o reconhecimento da Latin America Top 10.000 Scientists reflete “o esforço e a dedicação nos últimos anos no Instituto de Física” e que as citações aos trabalhos simbolizam um reconhecimento às pesquisas produzidas. Ele ressalta o papel dos orientandos como “melhores colaboradores” e o amadurecimento dos discentes enquanto pesquisadores. “A gente vê ao longo dos anos o quanto um aluno de iniciação científica evolui. Depois de um ano, dois anos trabalhando com pesquisa você percebe que houve um amadurecimento, ele começa a pensar em problemas novos”, detalha.

A qualidade e a influência no Brasil no campo científico são evidenciados pelo ranking, na avaliação do professor Andris Bakuzis, pesquisador da área de Nanomedicina Térmica. “Estamos em um momento bem difícil, com recursos escassos. Esse ranking ajuda a tirar uma percepção social de que não se faz ciência de qualidade no Brasil. O nosso país é de longe o mais influente da América Latina, muito à frente de vários outros. Esse número é o reflexo da robustez da ciência brasileira”, frisa o docente, que também coordena o cNanoMed da UFG, centro multiusuário de pesquisa integrada em nanomedicina.


Já o professor Antônio Alonso destaca a felicidade em ser citado no ranking e de trabalhar em prol da universidade. “Desde que fui contratado, procuro fazer jus ao cargo honroso e demonstrar pelo menos para mim mesmo que eu fui uma boa aquisição para a universidade”, explica, citando o desejo de incrementar ainda mais a sua produção acadêmica. “Produtividade não se obtém apenas com movimentos rápidos de pernas e braços, mas com planejamento bem pensado dos experimentos”, enfatiza ele, que atua na área de Biofísica, com estudo dos efeitos de fármacos sobre as membranas de parasitos e células cancerígenas.

Com pesquisa na área da Física das Partículas Elementares e Campo, o professor Ricardo Avelino Gomes pondera que o AD Scientific Index 2021 representa o esforço da UFG e do Instituto de Física para a produção da ciência. Ele ressalta que esta tarefa conjunta reflete em sua produção acadêmica individual. “Figurar nesse ranking é mais uma conquista institucional”, destaca, citando como exemplo a construção do Centro de Operações Remotas, do Laboratório de Altas Energias do IF/UFG. “Foi necessário ter alunos de diferentes cursos, projeto aprovado das agências de fomento, pessoal da limpeza e da segurança, energia elétrica, internet de banda larga, apoio irrestrito de outros professores”, elenca.

Professores citam paixão e trabalho conjunto como fundamentais
A paixão pela investigação científica é uma das características fundamentais para desenvolver trabalhos de qualidade, pondera o professor Andris Bakuzis. “Precisa amar fazer ciência. O objetivo de um cientista não é aparecer em um ranking ou ser respeitado por colegas. O objetivo é fazer ciência de qualidade. Ela precisa primeiro achar sua paixão, e ali ela tenta fazer o melhor possível, não somente na região ou no país, mas no mundo inteiro”, enfatiza.

Além disso, escolher tópicos com que motivem o pesquisador é fundamental, opina o professor Ricardo Avelino Gomes. “Isso faz com que ele continue se qualificando e desenvolvendo novos ferramentais, sejam teóricos, experimentais ou simulacionais, para atacar os problemas em aberto, e contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico e cultural. E, quem sabe, socioeconômico”, prevê.

Já o professor Adolfo Franco Junior, que publica artigos em parceria com os orientandos, cita a importância dos pesquisadores atuarem como autor correspondente. Este pesquisador submete o trabalho às revistas e faz toda a comunicação com o editor. “Ele é o autor principal do artigo, que fala em nome de todos os outros autores, é fundamental e muito importante em uma publicação”, explica. “Tenho tido a sorte de ter vários estudantes que fizeram mestrado, doutorado e são pesquisadores”, comemora ele, que realizou parte da formação em Oxford, na Inglaterra, e é pesquisador 1C, conforme ranking da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Para o pesquisador Antônio Alonso, compreender conceitos e avaliar a melhor forma de fazer um experimento são outras características necessárias para quem deseja se tornar um pesquisador. Ele cita ainda a descrição da pesquisa em linguagem científica como outro quesito fundamental. “Parece-me que isso só se aprende fazendo e sendo avaliado. Acredito ser importante escrever o texto de forma rápida e intuitiva em uma primeira etapa e depois examinar frase por frase procurando melhorar a forma de expressar o conteúdo científico, quanto à clareza, organização e objetividade”, enumera.

Fonte: Comunicação IF/UFG

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